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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Atualizações de um náufrago

Faz muito tempo que eu  não apareço aqui e muita coisa mudou na minha vida desde a ultima vez que escrevi. Escrevendo essa ultima sentença, percebo o quão engraçado é o fato de que as coisas sempre mudaram. Quando eu comecei esse blog em 2011, eu estava em meio a uma mudança e depois um monte de outras mudanças se seguiram e eu também acabei mudando e assumindo vários papéis nesse meio tempo. Mas os últimos dois anos mudaram completamente tudo em mim e isso talvez seja uma das coisas mais aterrorizantes da minha vida.

Eu não quero me aprofundar tanto nos fatos, mas de modo resumido, eu posso falar que  tudo mudou: Meus pais entraram em um processo de separação litigiosa, eu saí da minha cidade natal, terminei algumas relações pessoais e descobri que pessoas que eu amava muito não eram exatamente o que eu pensei que elas fossem. De certa forma tudo isso fez com que eu perdesse completamente qualquer noção de quem eu era e desconfiasse completamente da minha capacidade de entender o mundo a minha volta e a minha confiança. Tudo tinha mudado e de repente, eu me vi completamente sozinho e perdido. Por muito tempo eu senti e na realidade ainda sinto que alguma coisa dentro de mim se quebrou. De muitas formas, eu já não me sinto o mesmo e isso ainda me assusta.

A terapia tem me ajudado a me manter vivo, mesmo quando as vezes eu só consigo pensar em acabar com tudo. Existem manhãs que são mais difíceis que outras, mas eu sigo. Talvez não tanto pelos motivos certos, mas eu continuo aqui. Queria poder dizer que já me sinto inteiro e feliz e que as coisas vão bem, mas na realidade, acho que nunca me senti tão perdido. Fazem dois anos que eu não consigo sonhar de verdade. Não me sinto bom em nada e não faço mais planos. Não existe nada que eu realmente queira. Meus sonhos morreram alguns anos atrás. A única certeza é a mudança e eu tenho aceitado isso. Vivendo eternamente nessa corda-bamba, tentando equilibrar a vida para não machucar ninguém. Continuo vivo, mas a sensação de ser sempre menos.

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